Brasil anuncia parcerias para produção de medicamentos biológicos
O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (18), 27 parcerias com laboratórios públicos e privados para a produção nacional de 14 medicamentos biológicos. O objetivo é gerar competição entre eles e estimulá-los a acelerar a transferência de tecnologia para alcançar a produção 100% nacional. O acordo vai permitir, segundo cálculos do governo, uma economia anual de R$ 200 milhões. Com a parceria, o número de medicamentos biológicos que serão produzidos pelo País passará de 14 para 25.
O formato dos acordos anunciados traz um diferencial: para um medicamento, há mais de uma parceria entre laboratórios. “Com a produção local, o País fica menos vulnerável à flutuação de preços e outros problemas de importação. O laboratório que produzir mais rapidamente, for mais eficiente, ganhará maior fatia do mercado”, disse Padilha.
Na nova lista estão medicamentos para tratamento de câncer (Trastuzumabe, Cetuximabe, L-asoaragubase, Filgrastima), um medicamento usado para tratamento de câncer e artrite reumatoide (Rituximabe), outros remédios para artrite (etanercepte, certolizumabe, adalimumabe), para diabetes, um cicatrizante e uma vacina.
Parcerias – O desenvolvimento de medicamentos a partir de parcerias ganhou força nos últimos três anos: o governo se compromete a comprar remédios durante o período de transferência de tecnologia dos laboratórios privados para laboratórios públicos. As empresas que fazem a transferência são beneficiadas porque, durante um período, têm mercado garantido. Laboratórios públicos, por sua vez, recebem a capacitação para produção do remédio.
Biológicos - Os produtos biológicos são mais eficazes em relação aos medicamentos tradicionais de síntese química, aumentando as possibilidades de sucesso no tratamento principalmente para doenças crônicas. Eles são feitos a partir de material vivo e manufaturados a partir de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular. Atualmente os biológicos consomem 43% dos recursos do Ministério da Saúde com medicamentos, cerca de R$ 4 bilhões por ano, apesar de representarem 5% da quantidade adquirida.
Informações de Lígia Formenti (Estadão) e Agência Saúde