A Atuação do Farmacêutico na Indústria Cosmética
O mercado brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) registrou um crescimento nominal de 11% em 2014, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC). Atuando há oito anos na Avatim, indústria de cosméticos e perfumaria, o farmacêutico e cosmetologista Roberth Sertório conversou com o CRF/BA sobre a atuação do farmacêutico na indústria de cosméticos.
CRF/BA: Quais são as áreas de atuação do farmacêutico dentro de uma indústria de cosméticos?
Roberth Sertório: Os campos são diversos. O farmacêutico pode atuar no controle de produção, controle de qualidade, controle de processo e pesquisa, além do setor de desenvolvimento. Costumo dizer que quanto maior a indústria, maior a quantidade de trabalho e maior o campo de atuação para o farmacêutico.
CRF/BA: Como surgiu o interesse pela área?
Roberth Sertório: Desde a época da faculdade eu já sabia que queria trabalhar na área de cosmetologia, mas o curso não era direcionado e nem existia pós-graduação na Bahia. Atuei na área de manipulação por ser o que mais se aproximava do que eu queria, até que surgiu a possibilidade da pós em cosmetologia. “Comecei, e de imediato passei a atuar na área.
CRF/BA: Na prática, como surge a idéia e como se dá o processo de fabricação de um cosmético?
Roberth Sertório: A ideia pode vir de um colaborador interno, de uma inspiração, não precisa necessariamente ser uma tendência do mercado. Depois começamos a fazer a pesquisa mercadológica, que fica por conta do marketing, e a pesquisa técnica, sob minha responsabilidade. A pesquisa de legislação requer sempre que estejamos atentos a ANVISA. Precisamos saber o que é permitido e o que não é. A partir daí começam os testes de bancada que é onde entra todo o conhecimento do farmacêutico. O que ele aprendeu na faculdade, cursos, conhecimento técnico e experiência. Costume dizer que é a parte mais gostosa. (risos).
CRF/BA: O que acontece depois que esse produto é formulado?
Roberth Sertório: Acontecem as misturas. A gente mistura claro, sabendo de antemão o que pode ser misturado, que tipo de reação vai ocorrer com o produto, qual a instabilidade, qual a incompatibilidade.
CRF/BA: E aí acontecem as experimentações?
Roberth Sertório: Isso! Depois que esse produto é formulado, se apresentar certa instabilidade, ele parte para a experimentação. Temos um painel que é onde pessoas treinadas avaliam se o perfume, por exemplo, tem uma boa fixação, se o hidratante tem um bom grau de espalhamento, se o sabonete limpa bem a pele sem deixar ela ressecada.
CRF/BA: Além da atuação na Avatim, você ministra Cosmetologia na Unime, em Itabuna. Pode falar sobre o interesse dos alunos pela área?
Roberth Sertório: Então, a troca é muito grande. Desde o primeiro dia de aula, quando acontecem as apresentações, os alunos já se mostram interessados em atuar em indústria de cosméticos. Tenho alunos que começaram como estagiários na Avatim e hoje estão contratados. Outros já montaram suas próprias indústrias. Tem alguns que comentam que tem a pretensão de montar. Isso é muito bom.
Roberth Sertorio é farmacêutico, especialista em Cosmetologia pela Faculdade Osvaldo Cruz e professor de Cosmetologia e Tecnologia Farmacêutica no curso de Farmácia pela Unime/Itabuna.
(Izabele Nascimento/ASCOM CRF)
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A Avatim nasceu em 2002, a partir do sonho dos amigos Mônica Burgos e Cesar Fávero, que decidiram investir no ramo do marketing olfativo depois de entender como o cheiro pode representar uma marca e fidelizar seus clientes. Pioneira no mercado de aromatizantes, a empresa desenvolve fragrâncias que exalam na Ellus do Brasil, Água de Coco, Victor Hugo, H. Stern, Arezzo, Fórum, Colcci, Any Any, Second Floor, Chevrolet, Peugeot, Odebrecht, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, entre tantas outras empresas. (ASCOM/AVATIM).