O Grupo de Trabalho de Farmácia Magistral do Conselho Federal de Farmácia (CFF) está elaborando um guia para os profissionais do setor. Em reunião na sede do CFF, nesta terça-feira (16), em Brasília, os integrantes do grupo analisaram textos que vão compor a publicação. A previsão é de que o trabalho seja finalizado e apresentado à presidência do CFF até dezembro deste ano. “Esse guia vai permitir que o farmacêutico, principalmente aquele que pretende ingressar na atividade magistral, possa se orientar quanto aos processos de manipulação de acordo com o que preconizam as normas sanitárias e do CFF”, destaca o farmacêutico Ademir Valério da Silva, que também é presidente da Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais).

O material é um levantamento das principais diretrizes do setor, contidas em normas e regulamentos, para que os profissionais do segmento magistral possam manipular produtos e medicamentos, de forma segura, eficaz e de acordo com a legislação em vigor. “Estamos elaborando um compilado de todo o processo de manipulação magistral. Ele evolve entrada, monitoramento, indicadores de qualidade, cálculos, parâmetros legais do processo. Esse é o principal benefício desse guia”, resume Ademir Silva.

O coordenador do Grupo de Trabalho, Alex Sandro Rodrigues Baiense, diz que essa é uma reivindicação constante do setor, que apresenta dificuldades para aplicar os termos imperativos das leis nas atividades diárias, dentro das farmácias. “As legislações são muito secas e, algumas vezes, deixam os nossos colegas desamparados. O texto explica o que deve ser feito, mas não define como executar, na prática”, justifica.

Alex Baiense explica que o guia servirá como base para o trabalho do farmacêutico magistral, que exerce a profissão na sua plenitude, pois participa de todas as cadeias que envolvem a produção dos medicamentos, desde a análise do receituário até dispensação e fabricação dos produtos. E que, além disso, precisa ter um aprofundamento na área comercial, na área técnica, de produção e de regulamentação do setor. “É uma proposta audaciosa para dar um norte ao farmacêutico. Nós pontuamos aqueles tópicos que são extremamente necessários para a manipulação. São itens que, se não observados, podem representar algum risco sanitário maior”.

De acordo com o coordenador do grupo, a intenção do trabalho também é mostrar para a sociedade que o segmento é extremamente técnico, imbuído de uma capacidade científica muito grande do profissional e que, muitas vezes, transparece apenas a questão da artesanalidade. Os farmacêuticos Maria Alícia Ferrero, Artagnan Cícero Costa, José Elizaine Borges e Luiz Fernando Cecioso Chiavegatto também compõem o grupo de discussão.

A publicação deve ganhar uma versão impressa para ser encaminhada a todos os farmacêuticos magistrais do Brasil. A Anfarmag estima que mais de 7.500 estabelecimentos de manipulação estejam em funcionamento no país. Cada um possui, aproximadamente, três farmacêuticos atuando.

Fonte: CFF